Residente e a trabalhar no Porto, Portugal, Lonny McLaughlin é um artista emergente e um explorador da pintura conceptual. Em 2021, McLaughlin começou a afastar-se da pintura representacional tradicional, focando-se na expressão individual.

É conhecido pelas suas pinturas baseadas em processo e monótipos, que transformam conceitos abstratos, como a passagem do tempo, em forma visual. A abordagem de McLaughlin à arte é influenciada pela tradição histórica da pintura enquanto prática de reflexão moral e espiritual.

As suas obras destacam a materialidade da tinta e o ato de pintar através da abstração e da repetição. Os seus métodos distintivos envolvem a criação de marcas sobre vidro, acrílico e outras superfícies, num processo sistemático de sobreposição que permite que a pintura seja transferida da superfície para o papel ou tela.

O processo começa com marcas de pincel de caligrafia ou tinta, evoluindo depois através de camadas de tinta aplicada com pincel ou rolo, descascando ou raspando, deixando camadas texturizadas que permitem movimento e profundidade. Cada camada deixa uma marca — véus de cor que simultaneamente ocultam e revelam o que veio antes. O processo é menos sobre controlo e mais sobre descoberta, uma conversa entre intenção e acaso, produzindo um efeito táctil e envelhecido que se torna parte integrante da composição.

“Com o tempo, passei a ver estas superfícies sobrepostas como uma metáfora da própria vida — como a experiência se constrói sobre o que veio antes, por vezes ocultando-o, por vezes revelando-o de formas inesperadas. Tal como o envelhecimento, a superfície acumula história, textura e profundidade. Cada marca, cada imperfeição, torna-se parte do todo. O processo não consiste tanto em cobrir o que foi, mas em permitir que pertença — ser visto como essencial ao que está a desdobrar-se. Desta forma, a pintura, tal como a vida, torna-se um registo de descoberta, presença e tornar-se.”